Passavam das dez horas da noite. Não sabia por que ainda estava acordado. Nesse horário ele costumava pontualmente estar sonhando, mas dessa vez era real.
Observava de longe a pessoa que um dia quis tão bem. Sabia que também estava sendo observado, um olhar aflito, de esquiva e também desejo.
Tudo tinha mudado. Nunca seriam os mesmos um com o outro. Não sabia se a distância acabou com o interesse repentinamente. Pra uma das partes, isso pouco significava.
Enquanto os olhares se cruzavam, uma, duas, três vezes, ele pensava triste, mas conformado: nunca mais seriam os mesmos.
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