quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Depois das dez

Passavam das dez horas da noite. Não sabia por que ainda estava acordado. Nesse horário ele costumava pontualmente estar sonhando, mas dessa vez era real.


Observava de longe a pessoa que um dia quis tão bem. Sabia que também estava sendo observado, um olhar aflito, de esquiva e também desejo.

Tudo tinha mudado. Nunca seriam os mesmos um com o outro. Não sabia se a distância acabou com o interesse repentinamente. Pra uma das partes, isso pouco significava.

Enquanto os olhares se cruzavam, uma, duas, três vezes, ele pensava triste, mas conformado: nunca mais seriam os mesmos.

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