São pessoas assim que me tiram do sério. Ou pelo menos, quase. Aquelas que adoram complicar cada pedacinho do dia em nossas vidas. Que querem ser o centro de toda a atenção interplanetária e não contentes ao mau humor pessoal, tentam contaminar o mundo a sua volta. Assim, como epidemia, sobra-lhe a perspicácia de achar que, como a vida está difícil, tem de ser assim para todos. Ó mundo cruel.
Dias complexos são tão previsíveis como uma nuvem no céu, pelo menos é assim na vida de Josefina da Silva Joaquina. Sempre perseguida pelos temporais que assolam as maiores tragédias da humanidade, Josefina é tão inconstante quanto os ponteiros do relógio. Todo dia, as horas parecem não avançar para pobre menina rica, que teve tudo desde o nascimento, mas não se contenta com nenhum dos presentes que a vida lhe dá em todos os momentos.
O sonho de Josefina era ser estrela. Talvez por esse motivo escolher ser o centro de tudo, a todo o momento, tenha sido a maneira mais fácil para que o sonho fosse realizado. No centro desse grande picadeiro, ela parece mais um leão fora da jaula. Perdido, envergonhado, sem coragem para tomar novos rumos, sair correndo das lonas que abafam a visão e os batimentos no peito que pedem uma guinada na vida.
Quem sabe ela tem medo de sair do local comum e ser atropelada pelo mundo. Ou a realidade entrou em confronto com os desejos antigos e tudo se mostrou mais complicado do que nos pensamentos adquiridos em longas noites bem dormidas no quartinho de Cinderela. Quem assiste a esse espetáculo de perto espera por um fim feliz, daqueles de filmes e séries. Mas essa história não tem ponto final e sim, um longo espaço em aberto. Basta Josefina, a atriz principal do espetáculo, fugir da nuvem negra que cisma em ter de estimação.
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