Vamos falar sobre televisão?

Desde algum dia, que eu não me lembro qual, o Fantástico deixou de ser um programa em que todo mundo ficava em frente à televisão, só esperando para ver o grande "show da vida". Matérias interessantes, de teor jornalístico altíssimo, imagens fortes, textos idem. Qualidade que até era medida pelo IBOPE, coisa que nem sempre pode ser levada a sério.

Hoje, após Glória Maria, mulheres rebolantes em vinhetas, concursos de beleza e entradas ao vivo para falar sobre o BBB, o Fantástico passa pela fase mais crítica da história. Os números já não são positivos e semana sim, outra também, o programa cede o primeiro lugar para Gugu Liberato. Mas será que a qualidade do programa caiu tanto para explicar essa corrida em massa de um canal para o(s) outro(s)? Não necessariamente.

O domingo na televisão brasileira deixou de ser filme, Faustão e Fantástico. O trio que sempre levou a melhor começou a ser observado pelas outras emissoras. Analisando a fórmula de sucesso, elas viram o que faltava para as TVs menores alcançarem o topo: uma mudança. Trocas radicais ou cópias modificaram o cenário e começam a ganhar mais telespectadores. Eliana, Pânico, Domingo Espetacular, e outras novidades, que hoje figuram entre os mais vistos pelo público, fazem a diferença na hora de contabilizar os pontinhos tão sonhados no medidos de audiência.

O mesmo acontece agora com outros horários, como os das novelas, principalmente das seis e sete horas. Com a chegada da tecnologia, rápida e ao alcance de todos, e de falta de criatividade, tudo o que aparece ou recebe uma nova roupagem chama a atenção. Por exemplo, comparar o CQC com o Casseta hoje é covardia. O controle remoto começa a ter sentido e deixa de ser usado somente para aumentar ou abaixar o volume da caixa mágica. Dá-se voz a novos ícones. Outros, ficam pelo caminho.